
Um dos policiais que participou da Operação Família S.A. vive um drama. Lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), desde 2003, o agente Theophilo Augusto de Azambuja Neto, 47 anos, foi até o Morro do Borel, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, na manhã do dia 30 de novembro do ano passado executar a etapa operacional da ação que terminou com a prisão de 23 pessoas ligadas ao traficante Isaías Costa Rodrigues, o Isaías do Borel.
Na linha de frente da ocupação da comunidade, Theophilo avistou no interior da favela uma casa usada como local de endolação de drogas, de onde dois suspeitos fugiam. Na perseguição à dupla, o agente escorregou no terreno cheio de lama e rompeu o ligamento do joelho esquerdo, provocando uma gravíssima lesão no menisco.
O policial foi socorrido pelos colegas até o Hospital Geral do Andaraí, no bairro de mesmo nome, também na Zona Norte, onde foi constatada a gravidade da lesão. O policial entrou de licença no mesmo dia por acidente de trabalho.
O que o agente com quase 25 anos de Polícia, casado e pai de dois filhos, não sabia é que, em razão do acidente, a instituição a quem se dedicou a vida inteira lhe negaria o direito à gratificação de cerca de R$ 1 mil que recebia mensalmente.
A decisão decorre de uma regulamentação feita pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, com base no decreto do Governo do Estado, que instituiu a gratificação para policiais que trabalham nas unidades de Delegacia Legal. De acordo com a resolução, a gratificação deixa de ser paga aos policiais que entrarem em licença médica.
“Já tentamos dialogar com o secretário de Segurança no sentido de derrubar essa resolução, que acaba punindo aqueles policiais que se acidentam no cumprimento do dever, mas não há indicação alguma de que a Secretaria irá fazer qualquer coisa para modificar isso”, diz Francisco Chao, diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol).
Enquanto aguarda a recuperação, que deve durar cerca de 8 meses, resta ao policial, às voltas com a necessidade da compra de medicamento e exames, reorganizar o orçamento familiar.
“Não é nem tanto o dinheiro, mas a falta de reconhecimento que me revolta. Essa determinação pode ser legal, mas é injusta. Foi uma grande decepção com a instituição em que investi tudo na minha vida. Fiz uma faculdade de Direito, diversos cursos. O ferimento físico cicatriza, mas essa facada não dá pra esquecer porque é profunda e dói muito. Hoje vejo que se eu tivesse morrido no cumprimento do dever minha família ficaria desamparada”, desabafa o agente.
Procurada pela equipe de reportagem do Jornal POVO do Rio, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que Théofilo deixou de receber o benefício, pois não concluiu o curso de homicídio que estava fazendo na Academia de Polícia Civil Sylvio Terra (Acadepol). As informações foram passadas à assessoria através do 2° Setor Geral de Administração e Finanças.
O policial explicou que o curso era destinado apenas a agentes lotados em unidades de Delegacia Legal. Até o fechamento desta edição, a instituição não enviou nova resposta
Na linha de frente da ocupação da comunidade, Theophilo avistou no interior da favela uma casa usada como local de endolação de drogas, de onde dois suspeitos fugiam. Na perseguição à dupla, o agente escorregou no terreno cheio de lama e rompeu o ligamento do joelho esquerdo, provocando uma gravíssima lesão no menisco.
O policial foi socorrido pelos colegas até o Hospital Geral do Andaraí, no bairro de mesmo nome, também na Zona Norte, onde foi constatada a gravidade da lesão. O policial entrou de licença no mesmo dia por acidente de trabalho.
O que o agente com quase 25 anos de Polícia, casado e pai de dois filhos, não sabia é que, em razão do acidente, a instituição a quem se dedicou a vida inteira lhe negaria o direito à gratificação de cerca de R$ 1 mil que recebia mensalmente.
A decisão decorre de uma regulamentação feita pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, com base no decreto do Governo do Estado, que instituiu a gratificação para policiais que trabalham nas unidades de Delegacia Legal. De acordo com a resolução, a gratificação deixa de ser paga aos policiais que entrarem em licença médica.
“Já tentamos dialogar com o secretário de Segurança no sentido de derrubar essa resolução, que acaba punindo aqueles policiais que se acidentam no cumprimento do dever, mas não há indicação alguma de que a Secretaria irá fazer qualquer coisa para modificar isso”, diz Francisco Chao, diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol).
Enquanto aguarda a recuperação, que deve durar cerca de 8 meses, resta ao policial, às voltas com a necessidade da compra de medicamento e exames, reorganizar o orçamento familiar.
“Não é nem tanto o dinheiro, mas a falta de reconhecimento que me revolta. Essa determinação pode ser legal, mas é injusta. Foi uma grande decepção com a instituição em que investi tudo na minha vida. Fiz uma faculdade de Direito, diversos cursos. O ferimento físico cicatriza, mas essa facada não dá pra esquecer porque é profunda e dói muito. Hoje vejo que se eu tivesse morrido no cumprimento do dever minha família ficaria desamparada”, desabafa o agente.
Procurada pela equipe de reportagem do Jornal POVO do Rio, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que Théofilo deixou de receber o benefício, pois não concluiu o curso de homicídio que estava fazendo na Academia de Polícia Civil Sylvio Terra (Acadepol). As informações foram passadas à assessoria através do 2° Setor Geral de Administração e Finanças.
O policial explicou que o curso era destinado apenas a agentes lotados em unidades de Delegacia Legal. Até o fechamento desta edição, a instituição não enviou nova resposta